10 agosto, 2006


PRONTO PRO ABATE

Entre um berro e outro, de bode ou dor, uma estocada surda, uma lapada seca, uma vontade doída de correr mundo, de morrer cedo, de tirar sossego e um medo imundo de ficar doido.

[A gravura peguei de um tal de Samuel Casal(http://www.samuelcasal.com)]

4 comentários:

Anônimo disse...

medo de ficar doido? me identifico...

raquel medeiros disse...

esse desceu curto e seco, feito morte fulminante, sem anestesia, direto na veia.
acho que esse medo de ficar doido, de correr mundo todo mundo sente, e quem nunca sentiu bom sujeito não é.

me parece que teus textos já nascem prontos, com as palavras certas e as contruções sem retoques. queria escrever assim, sem ficar torturando palavras na tentativa de combiná-las e fazer sentido.

muito bom. muito mesmo.

e esse tal de samuel é bom, hein?! gostei muito

beijo

Anônimo disse...

memórias de um neto de açougueiros, do cheiro salobro do sangue grudando nos pés e do estampido abafado e de um grunhido quase indecifrável.
muito bom hein!
poesia não é pra qualquer um, insisto.

Rafita disse...

Doida creio que já sou; quanto às outras coisas, já não me dão mais medo. Gostei das coisas que você escreve.