05 dezembro, 2008

TEOREMA

Houve um tal Milgram que, para provar a pequenez do mundo, lançou a teoria dos 6 graus de separação. Para ele, cada ser humano sobre a terra só estaria separado de um outro ser humano por outros seis seres humanos. Defendo piamente sua tese, não para estar próximo de Sócrates, Einstein, Guevara, Pessoa, Pasoline ou Dali, mas para sentir-me um pouco mais perto do sorriso mais perfeito que a evolução das espécies foi capaz de produzir.

13 maio, 2008



O QUE É INDISÍVEL É TAMBÉM INOMINÁVEL

O que eu faço com essa língua que emudece e me umedece os lábios, de um rubor roubado dos céus de minha boca? Essa vontade louca de te enxergar com os dentes e de perder a alma no véu da tua nuca.

O que eu faço com minhas narinas, ávidas pelo gosto quente do teu cheiro? E se me acabam as rimas? E se meu queixo desanda no teu desfiladeiro? Fico eu aqui cansando as retinas, na procura insana do teu paradeiro.

O que eu faço com as pontas dos meus dedos, com minhas digitais traçando linhas em teu corpo, com as minhas palmas te esculpindo o torço? E meus ouvidos, como calo eles? Pedem-me teus sussurros e tuas frases roucas.

O que eu faço sem tuas unhas, incessantemente repintadas, que não me arranham o couro, que não me ferem o cerne, me estraçalhando inteiro? E como fico eu gritando em desmantelo, querendo emaranhar no meu o negro do teu cabelo?

Ai, tu que me fere a razão, me violenta a verve, me embaralha os versos, me entrecorta a fala, me faz de carne e osso, me deixa nu em pelo.


[Mais um aperitivo do sempre futuro InexperiÊncias Poéticas(em fase interminável de revisão e edição)]