PELE
Beija como quem vive com sede
Morde como quem morre de fome
Abraça como quem quer renascer
Olha-me nos olhos enquanto sente
Mas corre do meu olhar insistente
Quando quero apenas fazer derreter
Percorro sua carne branca al dente
E tal qual um ser louco e indecente
Mastigo-lhe a pele até vê-la desfalecer
Um novo amor é como um transplante
Que ressuscita a alegria de ser amante
De quem alucina de tanto querer
(A imagem é da epiderme de uma Sempervivum Violaceum vista bem de pertinho e o poeminha ingenuo é para uma florzinha de pele branca e dentes poderososíssimos)