13 janeiro, 2009



DESALINHAVO

Do alto de sua audácia, com sua voz de lavadeira, a fraulein me espanta os males, com risos malemolentes de cabrocha preferida. Tem os dengos de uma banto e uns cafunés que me prostram numa gostosa preguiça. Tem pé de cabocla, serpente na boca e dragão nos quadris. No ombro tem um kamon, no braço um patuá, no pé um ramalhete e na nuca rosário de estrelas. Quando me faz cravar-lhe os dentes, geme igual um penitente ajoelhado na igreja. Então pra mostrar seu gosto, fecha os olhos, prende o grito, perde o tino e sem desgosto, fica louca, ensandecida.