14 novembro, 2007



CÊS SABEM CUM QUEM CÊS TÃO FALANDO? NÃO NÉ? NEM EU

Antes eu não quereria nem papo, sabe? Era dos que achavam que não devia o mínimo que fosse de satisfação. Sabe daqueles que não sabem pedir? Sabia não, de jeito nenhum, muito menos licença, muito menos desculpa, muito menos mão.

Pois foi, eu fui: primeiro pedi pra ela, ela disse só se for no papel e no anel, eu disse qué isso mulher, pra que tanta formalidade? Ela disse que queria ser de Melo, aí fudeu! Num tive pronde correr não, peguei um pau-de-arara cum ela e fui lá pra terra da Escrava Isaura, cheguei lá, tava um toró da gota, tumei café com Dona Deuza, conheci o resto do Olimpo, fui andar a pé numa terra que outrora abrigava canibais, gostei, tomei cerva gelada, conheci um magrelim gente boa que só, conheci Sua Alteza, senti calor que só a gota serena, falei carioquêix... Então finalmente arrastei Dona Deuza pruma pizza, e desembuchei tudo, ela disse “fazer o que né? Deus abençoe vocês”, UFA! Mas ainda num era hora de respirar, inda tinha o de mechas prateadas, osso duro de roer, gastei meu latim, meu grego, meu aramaico arcaico e meu javanês, então quando os sapos coaxaram eu mirei na bola do ôi do bicho e disse... Ele num teve pra onde escapar, foi Deus vos abençoe de novo. Então hoje de manhã foi eu ela e a Deuza, compramo duas argolinha, butamo nos dedim e saimo surrindu e se amostrano por aí. Semana que vem eu mais ela vamo pegar o pau-de-arrara de volta pra Jotapêa. E vcs já sabe né? Lá eu vou passar ela no meu nome, quero ver quem vem tumar!

[Breve relato documental do roubo de uma menina]