05 julho, 2007



GALOPE À BEIRA MARTE

Tava eu procurando um poeta nonsense
Com ouro no dente e olhar surreal
Quando fui encontrar o caboclo ideal
De cajado de pau e andar teixeirense
Ele veio e lascou um repente indecente
Enrolou minha língua, me fez engasgar
Derrotou meu açúcar, fez ele salgar
Empacou minha rima, matou-me de fome
Esqueci meu talento, meu verso, meu nome
Levando lapada na beira do mar.

Vi limeira nadando nas linhas do Tejo
Cantando, tocando, enfrentando a corrente
Nadava de costas fazendo repente
De trás para frente como um caranguejo
Passou por Orlando, que teve um lampejo
E escreveu esse livro pra gente lembrar
A história do vate que soube pescar
O sucesso e o sustento na boca do povo.
E hoje ele vive na gente de novo
Cantando galope na beira do mar.

Encontrei esse bardo na praia em saturno
Andando acocorado caçando os anéis
Que havia perdido no ponto cem réis
Cantando o tenebroso romance soturno:
A Pavoa soltou seu grunhido noturno
E a estátua da praça botou pra chorar
As coroas de frade aprenderam a rezar
O que era de ouro sumiu no escuro
Zé Limeira assustado gritou esconjuro
Cantando galope na beira do mar.

[Estrofes limerianas compostas e transplantadas, por mim, da comunidade do Orkut: Oficina de Cordel - O fractal sampleado dos Batte's backgrounds do site:http://exoteric.roach.org/bg/index.html]

2 comentários:

Eliza Araújo disse...

assim não vale. queria ler vo-cê.

Alex Camilo disse...

E leu mulher, as estrofes são minhas, só que as compus pra comunidade do orkut.

Bjão

Te amo