01 julho, 2009




A MORTE E A CACHORRA

Arrastou-se debaixo de sol, tropeçando nas pernas, pisando em carne viva, estalando em cada passo um osso,
Podendo cada um ser muito bem enxergado, colado embaixo do couro.
Do meio do azul seu túmulo espia.
Tombou na sombra dum facheiro, pra num só corisco lembrar:
De suas pegas de boi, dos cafunés, das caçadas, das butijas enterradas.
Chegou a escuridão, um bico lhe arranhou o bucho, do jeito dos cachorros ela
sorriu.



[a ilustração é minha também, de vez em quando me canso de roubar]

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